A epicondilite é uma lesão mais comum do que se imagina. Muitas pessoas sofrem com essa lesão, mas não sabem disso. Conhecida como “cotovelo de tenista” ou “cotovelo de golfista”, essa inflamação não é exclusiva dos praticantes desses dois esportes.
Ela pode acometer qualquer pessoa que realiza movimentos repetitivos com os dedos, punhos e cotovelos.
O “ite” vem de inflamação e “Epicodili” vem de epicôndilo, que é uma saliência óssea do cotovelo com formato arredondado, presente tanto na parte interna quanto na externa dessa articulação.
Aposto que você já deve ter batido essa área do cotovelo em algum lugar e sentiu como se tivesse tomado um choque no braço.
Isso ocorre por conta do nervo ulnar, que passa não face medial dessa região e se ramifica pelos músculos do antebraço e mão.
A epicondilite pode ser medial ou lateral. E nesse artigo, eu vou te explicar o que pode causar essa inflamação e quais as modalidades mais indicadas de tratamento.
Causas e Fatores de Risco da Epicondilite Medial e Lateral
A Epicondilite lateral causa dor na região do epicôndilo externo (parte de fora do cotovelo), onde se originam os tendões responsáveis pela movimento de levantar (extensão) o punho e os dedos e de girar o antebraço para fora (supinação). São eles o Extensor Radial Curto do Carpo, Extensor dos Dedos, Extensor do Dedo Mínimo, Extensor Ulnar do Carpo e o Supinador.
A inflamação destes tendões levam a dor local e quando crônica podem levar a rupturas da sua inserção. Quando ocorre na parte externa, ou seja, lado de fora do cotovelo, é classificada como lateral (cotovelo de Tenista).
Já no epicôndilo medial originam os tendões que dobram o punho e dedos, chamados de Flexores. São eles, flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo, palmar longo, provador redondo e flexor superficial dos dedos.
Quando a lesão é no lado interno do cotovelo, ou seja, na região de dentro, é classificada como medial (cotovelo de golfista).
Diversos fatores podem contribuir para o surgimento dessa lesão.
A epicondilite medial é mais comum em pessoas acima dos 45 anos, ativas, que usam repetidamente os dedos, pulso e cotovelo. Estima-se que 0,5% da população desse grupo, sofre com esse problema.
Já a epicondilite lateral acomete geralmente praticantes de esportes que envolvem arremessos.
Após as atividades repetitivas e de sobrecarga das regiões citadas, o processo de inflamação, seguida de microrrupturas e fibrose local se instala levando a dor intensa e déficit de função.
Vale ressaltar que, musculação ou qualquer outro desporto com carga inadequada ou mecânica errada, também pode causar esse tipo de lesão.
Mas, além de dor e inchaço, o que mais a Epicondilite causa?
Sintomas
Os sintomas podem variar para cada pacientes, mas dentre os mais comuns, podemos citar:
* Dor no cotovelo que piora com o tempo
* Piora da dor com alguns movimentos do pulso ou dedos, como abrir uma lata, elevar um peso, torcer um pano
* Rigidez muscular e queimação
* Fraqueza
* Sensibilidade na área afetada
* Irradiação da dor para o antebraço e costas da mão
Queixas muito frequentes no consultório são:
“Não consigo torcer um pano.”
“Não consigo abrir uma lata.”
“Os objetos caem da minha mão.”
É muito Importante salientar, que não é recomendado tratar nenhum tipo de lesão sem orientação profissional.
A avaliação de um médico especialista é essencial, pois muitas pessoas tratam epicondilite sem nem mesmo ter o problema. Baseiam-se nas buscas pelos sintomas, que podem ser semelhantes a outras tipos de inflamações.
Somente um ortopedista pode aplicar um tratamento assertivo baseado nas peculiaridades de cada caso.
E falando em tratamento, vamos ver a seguir as opções que a ortopedia oferece para tratar Epicondilite.
Formas de Tratamento para Epicondilite Aguda
A epicondilite pode se apresentar de forma aguda ou crônica nos pacientes. Cada caso precisa ser analisado de forma personalizada para a melhor opção de tratamento ser aplicada.
Dentre as principais modalidades de tratamentos na forma aguda da inflamação, podemos citar:
Repouso
Interromper as atividades que sobrecarregam a área afetada por tempo determinado pelo médico, baseado em exames de imagem onde será mostrada a intensidade da lesão.
Imobilização
Imobilizar por curto período a articulação para alívio da dor aguda
Fisioterapia
Realização de alongamentos e exercícios a fim de fortalecer a articulação inflamada.
Muitas vezes, o paciente sente melhora no início do tratamento e interrompe o mesmo. Essa atitude é muito prejudicial, porque uma lesão aguda mal tratada pode se tornar um problema crônico.
Mas, caso o seu quadro de epicondilite for crônico, não se desespere. Pois existem formas eficientes de tratamento.
Formas de Tratamento para Epicondilite Crônica
Na forma crônica, a continuidade da fisioterapia é essencial. Mas, podemos unir a ela tratamentos como:
Infiltrações
Consiste em injeções localizadas guiados por métodos de imagem preferencialmente, como ultrassom, para aliviar as dores. Onde o corticóide é muito utilizado por alguns colegas. Porém, esse tipo de medicação está cada vez menos comum e sendo substituído por medicamentos mais avançados como o ácido hialurônico, que promove um alívio álgico mais prolongado, sem efeito de degeneração tendinosa e com um benefício regenerativo.
Tratamentos por Ondas de Choque
O tratamento consiste em uma onda acústica de alta energia que é depositada na área da lesão ortopédica.
Mas fique calmo, pois apesar do nome, não tem nada haver com choque elétrico e nem com o TENS, o famoso “choquinho”, da fisioterapia.
Esse tratamento irá estimular a formação de novos vasos sanguíneos através da liberação de células anti inflamatórias e outras citocinas que estimulam a cicatrização tecidual.
Além de irrigar e revascularizar a área lesionada, as ondas têm grande poder de alívio precoce das dores.
Esta técnica tem ajudado milhares de pessoas a retomarem as atividades do dia a dia e as práticas esportivas precocemente.
Epicondilite tem cura?
Tratamentos inovadores e modernos como o Tratamento por ondas de choque, podem recuperar a área lesionada com sucesso e eliminar as dores. Entretanto, a cirurgia também é uma opção dependendo da gravidade da patologia.
Vale ressaltar a importância dos exercícios de alongamentos e fortalecimento para aquelas pessoas que praticam atividades físicas ou trabalhem com tarefas que exigem movimentos repetitivos, para prevenir a Epicondilite.
Se você sofre com dores no cotovelo, que limitam as suas tarefas do dia a dia e impedem que você pratique atividades físicas, clique no botão abaixo e solicite uma avaliação com um médico especialista.